Entre as várias definições para a palavra “sistema”, selecionei algumas. Entre elas as dos autores cuja leitura recomendo ao final deste artigo. Extraí delas uma definição alinhada com o que entendo sobre a visão sistêmica no mundo corporativo e como ela impacta a comunicação, a integração das áreas e os resultados das empresas. Eis o resultado:
Sistema é um conjunto de partes que compõem um todo, que funciona em um padrão e pressupõe um resultado. Essas partes se inter-relacionam e se afetam mutuamente, de maneira que qualquer modificação em uma delas afetará direta ou indiretamente todas as demais.
Se formos decompondo essas partes, encontraremos sistemas de menor complexidade dentro do sistema maior e chegaremos no nível de processos, subprocessos e suas derivações.
Uma empresa funciona assim – como um sistema composto por um conjunto partes, ou subsistemas, que são as áreas funcionais: marketing, vendas, produção, logística, qualidade, gestão de pessoas etc.
Essas partes se relacionam e se afetam mutuamente. Um aumento de vendas demandará aumento da produção, que por sua vez demandará o serviço do RH para contratar mais pessoas. Aumentará o volume de entregas para a logística. O Financeiro terá que gerar um número maior de faturas, terá que gerenciar um volume financeiro maior e assim sucessivamente. A compreensão dessa interdependência entre as partes favorece um processo de comunicação mais livre de barreiras entre as áreas.
Seguindo essa linha, o sistema de gestão de pessoas é um subsistema do sistema organizacional. Também é composto por partes menores, que se relacionam e se afetam mutuamente: processos de seleção, cargos e salários, sistema de gestão de desempenhos etc. O direcionamento do desempenho humano para o alcance dos objetivos organizacionais é a missão dos subsistemas e processos de recursos humanos. A gestão integrada de todas as áreas da estrutura organizacional facilita o estabelecimento de metas claras que se complementarão para produzir o resultado planejado para a empresa.
Desenvolver a consciência do todo e a lógica da interdependência entre áreas, departamentos e setores, minimiza a formação dos guetos corporativos e estimula o trabalho em equipe. Isso propicia a integração e a complementaridade entre partes que cabem cada área, a cada equipe, para que os objetivos do negócio sejam alcançados. E mais, facilita a adoção de práticas de gestão de pessoas mais efetivas, mais coordenadas e conectadas à realidade organizacional.
Denise Lustri, Diretora da Cohros – Soluções Integradas de Gestão de Empresas e Pessoas. Mestre em Administração pela FEA-USP. Docente nos cursos de MBA da FGV e Fundace-USP. Co-autora do Livro “Cargos, Carreiras e Remuneração”. Editora FGV.